73% do biometano da região Sul do Brasil vem da agricultura. Ao todo são 261 plantas atualmente nos três estados, o que representa 18% da produção de biogás no Brasil
O primeiro painel do 5º Fórum Sul Brasileiro Biogás e Biometano teve como tema o “Mercado de biogás e biometano no Sul do Brasil”, onde foram apresentados dados sobre o avanço do setor e também debates sobre as oportunidades e desafios para o mercado regional de biogás.
O grande destaque do Sul vem das áreas agrícolas com 73% da produção, uma nova matriz energética limpa e sustentável, o “Pré-sal Caipira”. O painel contou com o moderador Gustavo Ramos, assessor da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação; o palestrante Nicolas Berhorst, coordenador da área de inteligência de Mercado do Biogás no CIBiogás.
E também com os debatedores: Rachel Henriques, analista de Pesquisa Energética da EPE – Empresa de Pesquisa Energética; Manuela Laranjeira Kayath, presidente da MDC Energia; Gustavo Bonini, diretor de relações institucionais e governamentais da Scania.
“Existe uma janela para transformar e fazer a transição para entrarmos como commodities no mercado competitivo. Precisamos de um sistema de inovação para essa transição energética. O Fórum vai conseguir atuar nessas funções técnicas, energéticas e de sustentabilidade”, comentou Nicolas Berhorst, coordenador da área de inteligência de Mercado do Biogás no CIBiogás.
Essa nova matriz energética está em franca expansão e caminha cada vez mais a passos largos. O crescimento chega à média de 35% ao ano no país. Para Rachel Henriques, analista de Pesquisa Energética da EPE – Empresa de Pesquisa Energética, o Brasil tem o seu território do tamanho de um continente, por isso é importante avaliar regionalmente as potencialidades.
“Precisamos reconhecer as diversas formas de acordo com a diversidade geograficamente, precisamos ver os recursos energéticos em cada região. Gerar de maneira segura e acessível. A maior parte das plantas são de pequeno porte e estão gerando energia elétrica. O Brasil já ocupa uma posição que muitos países vislumbram daqui alguns anos”, comenta Rachel.
A Região Sul tem uma grande participação nesses números, representando 18% do volume nacional com 261 plantas, atrás apenas do Sudeste. Gustavo Ramos, assessor da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação acredita no potencial local. “O Sul do País tem uma cadeia mais estruturada, existe uma sinergia entre os parceiros, instituições, existem reuniões frequentes, fóruns, que discutem o planejamento energético”, diz.
O mercado vive uma janela de oportunidades na opinião de Manuela Laranjeira Kayath, presidente da MDC Energia, existe mercado para todos os tamanhos e os avanços superam as expectativas. “Não percebíamos a potencialidade do Brasil no biometano, hoje temos uma janela de oportunidades, um momento muito único, não imaginávamos que avançamos tanto. Atualmente temos clientes em escala industrial, e também de pequeno porte. Ter um combustível verde, renovável era algo impensável há pouco tempo”.
A aplicação do biogás e do biometano é diversa e está presente em vários setores econômicos, segundo Gustavo Bonini, diretor de relações institucionais e governamentais da Scania, a janela está escancarada. “A janela não está aberta, está escancarada. O desafio é manter ela assim. Estamos nas conexões dos processos, cadeia de valor, distribuição, transporte, mobilidade. Na costa brasileira temos o pré-sal, no interior também temos o pré-sal, o “pré-sal caipira”.
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Fotos: Leonardo Leite e Roberto Lemos