O sexto painel do 7º Fórum Sul Brasileiro Biogás e Biometano teve como assunto a “Integração do Biogás e Biometano com outros Energéticos”. A programação teve como moderadora Talyta Viana, Coordenadora Técnica e Regulatória da Associação Brasileira do Biogás e do Biometano (Abiogás). Os painelistas foram a analista de Pesquisa Energética na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Rachel Martins Henriques, o sócio-fundador da Sinergas Gabriel Kropsch e Antônio Rogério Machado Jr., engenheiro da Gerência Comercial Industrial e Veicular da SCGÁS.
Pela primeira vez como participante do Fórum, Rachel compartilhou dados importantes da EPE, que tem por finalidade prestar serviços ao Ministério de Minas e Energia (MME) na área de estudos e pesquisas, destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, cobrindo energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados e biocombustíveis. “A EPE também contribui na compreensão do contexto energético nacional que possa alavancar o setor energético brasileiro”, explicou.
Praticamente inexistente no país até a década passada, o biogás teve crescimento baseado na geração de energia elétrica: aterros e MMGD (micro e minigeração distribuída), de acordo com Rachel. “O biometano passa por uma virada de chave no Brasil e alguns pontos contribuíram para esse movimento, como o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI), financiamentos como BNDES, e o programa RenovaBio”, explica.
Entre diversos tópicos importantes abordados por Rachel, esteve o CGOB, Certificado de Garantia de Origem do Biometano, que está em fase de implementação nacional. “Não dá mais pra dizer que o biometano não tem uma legislação que fomente o seu uso. A Petrobras, como produtora de gás natural, já começou um movimento de chamada de proposta para aquisição de biometano. A gente espera que isso realmente se consolide e se torne um alavancador no cenário nacional”, adianta. “O biometano é um energético muito bem posicionado para a transição energética e com diversidade de aplicações, com possibilidade de alcançar mais setores e usos de difícil abatimento”, explica.
Representando a Sinergas, empresa que é líder de mercado em venda e aluguel de compressores de GNV, Gabriel Kropsch trouxe um panorama sobre o uso do gás no Brasil: “Ele é uma realidade no transporte pesado em todo o mundo, mas aqui no Brasil é diferente. Nos EUA, começou a ser usado no transporte e agora chegou nas empresas de geração de energia. Já no Brasil, ele adotou o modelo da Argentina, que é o uso no segmento de transporte leve. Mas no mundo inteiro é o contrário, e isso pode e deve mudar”.
O grande desafio, de acordo com Kropsch, é fazer com que o biometano possa chegar na indústria e amplie suas formas de uso em território nacional, já que no Brasil somente 5% da população tem acesso à rede de gás canalizado. “O Brasil tem um potencial de produção de biometano gigante nas grandes cidades e no interior. O biometano tem uma série de aplicações na indústria e no transporte, e precisamos ver esse futuro de diferentes e prósperas aplicações”, diz.
Antônio Rogério Machado Jr., engenheiro da Gerência Comercial Industrial e Veicular da SCGÁS, listou motivos positivos para injetar biometano em rede de gás canalizado. “Ele apresenta uma diversificação de mix de supridores, vai em alinhamento com as demandas dos clientes e está de acordo com o atendimento a iniciativas e metas ambientais”, reforça. Entre os desafios do setor citados por Machado, estão questões de viabilidade financeira, como até quanto o cliente está disposto a pagar pelo biometano, questões operacionais e a base regulatória: como serão repassados os custos de interligação de plantas de biometano. “O crescimento médio da rede de distribuição de gás natural cresce, em média, 6,3% ao ano, por isso o cenário é bastante positivo”, define.
Ao final do encontro houve a apresentação dos cases da UBE Corporation, por Luciana Balter, e da 3DI Engenharia, por Lucio Ricken.
O 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano tem como instituições realizadoras a Universidade de Caxias do Sul (UCS), de Caxias do Sul (RS), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), de Foz do Iguaçu (PR). A organização é da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindústria (SBERA).
Patrocínio Master: Conveco; Grupo Energisa; Itaipu Binacional; Sulgás
Patrocínio Ouro: 3DI Biogás; Adicomp Brasil; Armatec Brasil; Brasuma; Galileo Tecnologia para Gás; Scania; UBE; Vogelsang Brasil; Volvo Penta
Evento apoiado pelo CNPQ/MCTI.