As possibilidades para a otimização e aumento de performance de plantas de biogás, especialmente como é importante a operação, o monitoramento e a segurança, foram as temáticas que nortearam a apresentação
Três especialistas em plantas de biogás palestraram no painel 8 do segundo dia do 5º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano: Juliana Gaio Somer, gestora da área de Operações do CIBiogás, Andrieli Terezinha Schulz, supervisora ambiental da Cooperativa Frimesa e Natali Nunes da Silva, especialista em tecnologia de biogás do projeto GEF Biogás Brasil. O moderador foi Odorico Konrad, doutor em Engenharia Ambiental e Sanitária, da Universidade do Vale do Taquari (Univates).
“Precisamos saber o que temos, precisamos que as plantas fiquem em pé, que as planilhas fechem. É necessário o cruzamento de muitos dados para, lá na frente, tomar decisões precisas. Não podemos pensar no mundo do biogás de forma isolada, precisamos multiplicar as plantas existentes”, enfatizou Konrad.
Para Juliana Gaio Somer, gestora da área de Operações do Cibiogás, palestrou sobre o “Monitoramento e Performance de Plantas de Biogás”. Segundo ela, é necessário entender qual a finalidade da planta de biogás, se para tratamento de resíduos ou para monetização. Juliana reforça a importância do estudo da estrutura da planta, com objetivo de potencializar a produção. “O nosso setor se profissionalizou, estamos falando de grandes plantas de biogás. É preciso conhecer o substrato e suas características, o tempo de resposta, e conhecer o processo. Em muitos casos, não é inventar a roda, são coisas simples que carecem de conhecimento técnico que podem agregar para a planta”, diz.
Representando a Cooperativa Frimesa, que conta com 996 produtores de suínos e 2.137 produtores de leite, Andrieli Terezinha Schulz, supervisora ambiental, mostrou os indicadores de monitoramento do Complexo de Geração de Biogás na organização. No início, quando foi instalado o biodigestor, no ano de 2018, a ideia era resolver um passivo. Atualmente, o sistema é tratado como um ativo energético.
“Olhamos para nosso efluente e entendemos que isso podia ser uma oportunidade e um modelo de negócio. Substituímos o GLP utilizado na indústria por biogás produzido na nossa planta. Trouxemos os departamentos de engenharia, ambiental, manutenção, segurança do trabalho, tecnologia da informação para trabalhar em conjunto. São atores importantes e cada modelo de negócio terá os seus. É importante ter vários pontos de vista”, diz.
Para Natali Nunes da Silva, especialista em Tecnologia de Biogás do Projeto GEF Biogás Brasil, as plantas de biogás precisam ser conduzidas como negócio. Ela faz parte do projeto GEF Biogás Brasil, liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o Centro internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) como principal entidade executora.
O Projeto converge ações e investimentos de parceiros internacionais, empresas, entidades setoriais e poder público pela diversificação da geração de energia no Brasil, através do estímulo à produção de biogás.
“Estamos implantando um banco de dados e teremos informações para divulgar à comunidade. Vale a pena investir em um laboratório quando se fala em um grande empreendimento como indústrias. Já para o produtor é outro cenário, daí entra a responsabilidade de quem está vendendo. O produtor não entende especificamente de biogás, ele precisa ser assistido, essa missão é nossa”, recomenda.
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Fotos: Leonardo Leite