Rio de Janeiro/RJ

Essa é a maior planta de biometano da América Latina, com produção atual de 130 mil m3/dia de biometano. De lá, sai biometano para abastecer grandes empresas, como Ternium, Vesuvius, Haleon, L´Oréal e Ambev. Ela fica dentro do aterro sanitário de Seropédica, que recebe 10 mil toneladas dia de lixo do município do Rio de Janeiro e arredores.

 Atuação no setor de biogás em 2024

A planta de biometano da Gás Verde, localizada em Seropédica-RJ, é a maior da América Latina e se destaca como referência nacional na produção de biometano a partir do biogás gerado em aterros sanitários. Atende grandes clientes, como Ambev, Ternium, L’Oréal, Vesuvius e Haleon, e contribui diretamente para a descarbonização da indústria e do Brasil, transformando resíduos urbanos em combustível renovável, energia elétrica e CO₂ verde (a partir de 2025). A planta utiliza resíduos sólidos do Aterro Sanitário de Seropédica, um dos maiores da América Latina, que recebe cerca de 10 mil toneladas de resíduos por dia, garantindo um fluxo contínuo de matéria orgânica para a produção de biogás.

O biogás é gerado pela degradação anaeróbia desses resíduos, em condições controladas para maximizar sua eficiência e reduzir as emissões de metano. O gás é então captado e convertido em biometano, que tem um potencial de aquecimento global 25 vezes maior do que o CO₂. Esse processo evita impactos ambientais negativos e transforma o biogás em uma alternativa renovável ao gás natural. O biogás passa por um processo avançado de purificação, removendo contaminantes como CO₂, H₂S e umidade, resultando em biometano de alta qualidade.

A planta tem capacidade de processar até 20.000 m³/hora de biogás, utilizando tecnologias como DCA (Direct Contact Absorption), PSA (Pressure Swing Adsorption) e membranas moleculares para a separação de CO₂ e N2. O processo gerado no PSA resulta em um subproduto, o Tailgas, com 50% de CH4, que é utilizado para gerar energia elétrica. O CO₂ purificado é direcionado para uma planta de liquefação. A unidade é altamente tecnológica e opera com cromatografia no biogás, no biometano e no CO₂ purificado, com uma disponibilidade superior a 95%.

A distribuição do biometano é feita por carretas movidas a biometano, uma logística sustentável com baixo impacto ambiental. Empresas do setor de transporte já utilizam o biometano para reduzir suas emissões, e postos de combustíveis passaram a oferecer essa alternativa ao GNV. Grandes empresas, como a L’Oréal, convertem suas frotas para biometano, alinhando suas operações com metas de sustentabilidade. Um marco importante foi a unidade da Ambev em Cachoeiras de Macacu, que se tornou a primeira fábrica de cerveja carbono zero do mundo ao substituir completamente combustíveis fósseis por biometano.

Desde 2021, a planta da Gás Verde tem contribuído para a redução da dependência de combustíveis fósseis e a promoção de uma matriz energética mais limpa no Brasil, evitando quase 500 mil toneladas de CO₂e. Além disso, implementou melhorias operacionais, resultando em uma redução de mais de 50% nas suas emissões internas no último ano, reconhecimento que foi obtido com o Selo Prata no Inventário de Emissões do GHG Protocol Brasil. A empresa demonstra seu compromisso com a produção de energia renovável e com práticas operacionais que minimizam suas emissões.

A planta de Seropédica também se destaca pelo uso de tecnologias avançadas, como um Sistema de Purificação de Biogás, que usa membranas e processos criogênicos para garantir a pureza do biometano, compatível com o gás natural veicular e com redes de distribuição de gás. O monitoramento digital e a automação desempenham um papel crucial na operação, permitindo um controle preciso e otimização da eficiência operacional. Além disso, a Gás Verde desenvolveu a Certificação de Garantia de Origem do biometano, a primeira no Brasil, garantindo rastreabilidade e transparência.

O modelo de negócio da Gás Verde integra a produção de biometano, comercialização de ativos ambientais e aproveitamento de subprodutos dentro de um ecossistema sustentável. Além do biometano, parte do biogás captado é destinado à geração de energia elétrica renovável e à produção de CO₂ verde, ampliando o impacto positivo da planta. O sucesso da unidade de Seropédica demonstra o potencial do biogás como alternativa competitiva para a substituição de combustíveis fósseis, consolidando a planta como referência global em inovação, descarbonização e boas práticas ambientais.