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Painel 11: Novas aplicações e biorrefinarias de biogás

O painel baseou-se, principalmente, na abordagem da rota do hidrogênio verde e como o biogás pode ser um aliado desta matriz energética, mostrando a proposta de ambos os combustíveis, que podem ser utilizados em diversos segmentos de transporte, energia entre outros. “Essa rota que queremos, que o biogás passe onde ele possa virar inúmeros produtos e aplicações,” comentou  Rafael Menezes, coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e moderador do painel.

Palestraram cinco convidados:  Simone Souza, da RSB,  Lúcio Ricken, da 3Di Engenharia, Nicolle Monteiro, da S&P Global,  Marcos de Oliveira Costa, da GIZ, e Ansgar Pinkowski, da AHK. 

Simone Souza, especialista em biomateriais sustentáveis da Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), falou sobre oportunidades e novas rotas de valorização do biogás e biocombustíveis. “Temos o desafio na aviação, no transporte marítimo, onde existem poucas opções de descarbonização. Uma vez que temos um produto com baixa pegada de carbono, é importante a gente traduzir isso ao mercado,” comentou. 

Lúcio Ricken, diretor técnico da 3Di Engenharia,  apresentou o projeto de uma biorrefinaria modular aplicada principalmente em plantas com indústrias alimentícias. “Hoje, quando falamos em alto consumo, na superação de gás natural você tem o custo de 1/3. Podemos entregar um combustível verde sim, é possível. Entramos no ramo alimentício porque é um mercado descoberto, tem muito consumo de gás natural. Entramos em uma oportunidade de alto consumo, sem contar na pegada do baixo carbono e nos créditos”, comentou.

Nicolle Monteiro, especialista sênior de preços nos mercados de açúcar e biocombustíveis  na S&P Global,  trouxe o tema “Biogás e a Agenda Global de Descarbonização”. Em sua opinião, é necessário pensar em políticas de estado, e ela acredita que esse setor está subutilizado e tem muito espaço para trabalhar. “Precisamos olhar o que o mundo necessita, e temos essa opção viável sim. Eu fico muito feliz que o biometano é uma realidade a curto prazo, não uma realidade para 2030, é uma realidade hoje”.

Marcos de Oliveira Costa, falou sobre a experiência da Sociedade Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). “Estamos em mais de 150 países e, no Brasil, há mais de 60 anos. Implantamos junto com o Cibiogás uma planta de hidrogênio verde e biogás. Temos a necessidade e o interesse de diversos players, neste momento a Alemanha quer diversificar cada vez mais parceiros e fontes energéticas”, disse.

Ansgar Pinkowskim, diretor de Transição Enegética e Sustentabilidade da AHK – Câmara do Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, apresentou um comparativo entre os países. Em território, o Brasil é 24 vezes maior que a Alemanha. Na produção de biogás, os alemães têm 19 vezes mais usinas que o Brasil e o Brasil tem muito para crescer. “O Brasil tem as condições climáticas e geográficas, acesso hidrográfico, solar e da biomassa e tem como atender todos os mercados. O Nordeste para a exportação, aqui no Sul e Sudeste onde tem aglomeração da indústria, é possível atender por meio de biomassa. Mas precisamos que este produto seja mais competitivo para ele se tornar atraente”, explicou. 

 

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Foto: Roberto Lemos