As experiências demonstradas, como a implementação de tecnologias inovadoras para o biogás, geram benefícios ambientais e ecológicos para a região
O Painel 9 do 5º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, apresentou cases de sucesso na produção de biogás a partir de substratos da pecuária no Sul do Brasil. Herlon Goelzer de Almeida, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), foi o moderador do painel. “Uma das principais potências da região Sul é a pecuária. Esse tema merece uma atenção especial de todos, desde políticas públicas, empresários, associações, para alcançarmos e levarmos essa potência para todos os produtores”, disse.
O pesquisador Airton Kunz, da Embrapa Suínos e Aves, abordou sobre a relação da economia circular e biogás na suinocultura. Segundo ele, o conceito de economia circular é baseado na manutenção do valor dos recursos extraídos e produzidos em circulação por meio de cadeias produtivas integradas. “Podemos, sim, agregar novas tecnologias para um futuro bem promissor para a suinocultura, pois temos um grande potencial. Dados revelam que quase 70% dos abates acontecem no Sul do Brasil. É momento de pensar e agir de maneira sistêmica”, observou.
Representando a organização social Diaconia, Ita Porto apresentou a experiência dos biodigestores sertanejos na produção de biogás em escala doméstica familiar rural. “A Diaconia idealizou seu protótipo em 2009. Em 2014, migramos para o Sul do Brasil e, desde lá, criamos 395 plantas de biodigestores, atingindo mais de 1.644 pessoas. Podemos dizer que somos protagonistas sociais e que promovemos ações de transformação nas sociedades. Nossos biodigestores são de baixo custo e com resultados eficientes para famílias de baixa renda e, também, para propriedades rurais. Sei que é pequeno com relação aos outros biodigestores apresentados aqui no Fórum, mas eles fazem a diferença na vida de muitas famílias,” destacou.
O produtor Gilmar Marcelo de Paula, da empresa 3Gs Adubos Orgânicos, planta que faz parte do Projeto GEF Biogás Brasil, compartilhou sobre a experiência da família de Paula com biogás. “Nosso principal substrato é a cama de frango. Usamos o biogás em duas dimensões, uma na produção de energia elétrica e, também, produzimos energia térmica para aquecimento do aviário, economizando assim cerca de 70% de lenha. Outro produto que utilizamos na 3Gs é o digestato para produção de grama, além de estudarmos a concentração de nutrientes para recuperação da água”, manifestou. Conforme Gilmar, a intenção da família é aumentar o uso do biogás como fonte de energia térmica, reduzindo os custos de produção e retomar o desenvolvimento de outros produtos.
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Foto: Roberto Lemos