O terceiro painel do 7º Fórum Sul Brasileiro Biogás e Biometano teve como norte o tema “Refino do Biogás e outros produtos”. A moderação do encontro foi de Marcelo Godinho, docente da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Participaram como painelistas Amanda Gondim, professora e pesquisadora da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação (RBQAV); Daiana G. Martinez, gerente de Engenharia e Operações do Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás); e Juliana Mattos Bohrer Santos, coordenadora de P&D e engenheira ambiental e sanitarista da Óxido de Ferro Rio Acima.
Amanda iniciou a apresentação do painel com o tema Combustível Sustentável de Aviação. Em sua explanação, a pesquisadora abordou os desafios desse tema dentro do segmento de aviação e marítimo. “Esses dois modais precisam de uma atenção especial, pois necessitam de alta densidade energética, então para eles é preciso combustíveis líquidos, mas que podem ter uma baixa pegada de carbono”, destacou.
A painelista também reforçou, em sua apresentação, a importância do planejamento energético regional e doméstico de longo prazo e de políticas em diversos setores para orientar ações e mecanismos de financiamento que promovam transições energéticas: “Temos que entender ainda a importância de desenvolver e implementar políticas de transição energética justas e inclusivas em cada país, garantindo segurança energética, acessibilidade, estabilidade de mercado e prosperidade econômica”.
Dando sequência ao painel, Daiana ressaltou o avanço do setor lembrando que, atualmente, praticamente todos os Estados brasileiros possuem pelo menos uma planta de biogás – ao todo, são cerca de 1,3 mil no país. “Há 10 anos, o biometano não era uma realidade e hoje é. Uma união de fatores e esforços, passando também por aspectos regulatórios, fez isso acontecer”, destacou. Daiana também contemplou o hidrogênio em sua apresentação, revelando que a demanda mundial do elemento é de 94 milhões de toneladas. “Se o Brasil direcionasse todo o seu biogás para a produção de hidrogênio, atenderíamos 23% da demanda mundial. Esse dado é interessante, pois demonstra o potencial que temos também nesse aspecto”, apontou.
Para encerrar a apresentação de painelistas, Juliana abordou as demandas técnicas utilizadas para a dessulforização do biogás. “Obviamente é muito importante estudarmos as novas possibilidades de biocombustíveis, mas precisamos de uma atenção também ao início do processo. Se essa parte não estiver bem feita, inviabilizamos o restante da cadeia”, alertou. Juliana também ressaltou que a remoção de e demais impurezas é determinante para a comercialização do biometano, assim como de combustíveis avançados. “Apesar dos siloxanos estarem presentes em biogás gerado apenas pelo setor de saneamento, atualmente, 66% da capacidade de produção de biometano no Brasil vem de aterros sanitários. O desenvolvimento de equipamentos e produtos nacionais é essencial para reduzir custos de tratamento e ajudar a viabilizar mais modelos de negócio”, concluiu.
Ao final do painel, foram apresentados os cases da AB Energy, por Guilherme Galhardo; e da Scania, por Gustavo Bonini.
O 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano tem como instituições realizadoras a Universidade de Caxias do Sul (UCS), de Caxias do Sul (RS), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), de Foz do Iguaçu (PR). A organização é da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindústria (SBERA).
Patrocínio Master: Conveco; Grupo Energisa; Itaipu Binacional; Sulgás
Patrocínio Ouro: 3DI Biogás; Adicomp Brasil; Armatec Brasil; Brasuma; Galileo Tecnologia para Gás; Scania; UBE; Vogelsang Brasil; Volvo Penta
Evento apoiado pelo CNPQ/MCTI.
Fotos: César Silvestro, Divulgação