Categoria Melhor Profissional

Priscila Rosseto Camiloti

Atua na Universidade de São Paulo

Graduada em Engenheira Ambiental pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Mestre e Doutora em Ciências pelo Programa de Pós- Graduação em Engenharia Hidraúlica e Saneamento da EESC-USP/Campus São Carlos e Doutora em Recursos Naturais pela Universidad de La Frontera – Temuco, Chile, ambos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Possuo experiência em processos biotecnológicos, reatores bioquímicos votados para produção de biogás e recuperação de nutrientes. Durante minha experiência profissional atuei como pesquisadora na área de produção de bioenergia utilizando resíduos agroindustriais e posteriormente como Engenheira de processos, sendo responsável pelos processos de escalonamento de processos, documentação técnica, análise de ciclo de vida, elaboração de balanços de massa e fluxogramas, além da elaboração de inventário de emissão de gases de efeito estufa. Coordenei as operações da Usina Termelétrica a Biogás, desde as operações de produção de biogás até a conversão de energia elétrica como engenheira responsável. Atualmente desenvolvo o pós-doutorado no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo, na operação de uma Usina de Bioenergia e Biofertilizantes, que tem por objetivo a demonstração da viabilidade de um complexo de serviços de conversão de resíduos e produção de biogás e fertilizantes em áreas urbanas.

 Atuação no setor de biogás em 2023

Atualmente, como pesquisadora no Instituto de Energia e Ambiente – IEE da Universidade de São Paulo, atuo com o desenvolvimento de minha pesquisa de pós-doutorado, que tem por principal objetivo a disseminação do conceito, para o qual uma usina de biogás deve ser entendida como um complexo de serviços de adequação ambiental e serviços energéticos. A Usina de Produção de Bioenergia e Biofertilizantes com resíduos orgânicos, instalada no Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP permite não só estudo do processo de digestão anaeróbia, como também estudos de adequação do digestato para utilização e comercialização como biofertilizante, buscando também demonstrar a viabilidade técnico-econômica de todo pacote tecnológico e sua viabilidade de instalação em áreas urbanas. De forma geral, minha atuação foi voltada para disseminação do conceito, contato com os players da cadeia do biogás, promoção de parcerias para melhoria da planta, elaboração de documentos para licenciamento ambiental e pesquisas em campo para utilização do digestato. A usina, com capacidade de processamento de resíduos de 20 toneladas por dia, está estruturada em quatro unidades principais: (i) a unidade de recepção e produção de biogás e biofertilizante, (ii) a unidade de produção de bioeletricidade e calor, (iii) a unidade de produção de biometano e (iv) a unidade de monitoramento, operação e controle. A planta foi projetada para operar principalmente com resíduos alimentares e resíduos de poda provenientes das áreas verdes do campus da USP. No entanto, também tem a capacidade de processar resíduos orgânicos provenientes da agroindústria e resíduos alimentares externos. Suas premissas incluem permitir a máxima flexibilidade operacional, utilizando diferentes configurações, incluindo operações em série ou paralelo, devido à sua natureza experimental. O ano de 2023 foi de avanços, mas também bastante desafiador. Um dos principais avanços foi a consolidação de parceria com a empresa TPI Tecno Project Industrial, que será responsável pela instalação de uma unidade de purificação de biogás por membranas para utilização do biometano para abastecimento da frota interna do instituto. Como responsável pelo intermédio da parceria, sou responsável também por todo processo de adequação da planta para receber a unidade de purificação, armazenamento e abastecimento. A unidade será comissionada no segundo semestre de 2024. Outra frente importante de atuação foi a intermediação do processo de licenciamento ambiental da usina junto a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. O processo se diferenciou pela implantação em área urbana com geração de energia elétrica em área com restrição de emissão de poluentes atmosféricos, principalmente óxidos de nitrogênio. No ano de 2023 tivemos avanço também nas pesquisas com a utilização do digestato como fertilizante, com a aprovação de um projeto financiado pelo CNPq. Nesse ano, atuei no campo com pesquisas no cultivo de hortaliças em hortas e sistemas de hidroponia. Uma das principais frentes da minha atuação no projeto em 2023, foi a disseminação do conceito para comunidade, dentro de um conceito de extensão, promovendo a interlocução entre academia, geradores de resíduos, empresas com potencial para utilização dos produtos e empresas da cadeia do biogás, sendo sempre fiel aos principais desafios, com transparência, principalmente com os principais players da cadeia. O momento foi bastante desafiador e nos colocou em face com algumas lacunas do setor de biogás no Brasil, a principal delas com a falta de mão de obra especializada para manutenção e assistência para os principais componentes da planta. A usina passou por um momento de manutenções com a abertura e limpeza do biodigestor, com a necessidade de intervenções. Durante esse processo toda equipe se envolveu no contato com empresas da cadeia, com o objetivo também de detectar suas deficiências e buscar soluções para os principais problemas evidenciados. Desta forma, a minha atuação e de toda equipe envolvida no projeto busca não somente a disseminação do conceito envolvido em todo processo de produção dessa fonte renovável, como uma forma de fortalecer o setor, com a promoção de parcerias e abertura da instalação para pesquisa e inovação, seja ela para ciência básica ou aprimoramento tecnológico.