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Painel 5 – Biogás na geração de energia elétrica – modelos de negócio

No quinto painel do 6º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, o moderador Rogério Meneghetti, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, salientou que a grande expansão da utilização do biogás no Brasil trouxe vários benefícios, mas também desafios ao setor. “As fortes chuvas e intensas ondas de calor têm trazido problemas na energia elétrica, e a utilização do biogás pode ser a solução para isso, mas ainda passa pelo custo e preço. Todos precisamos reinventar o biogás para a produção de energia elétrica”, afirmou.

Os palestrantes do painel foram Igor Urasaki, head de Energia da Gás Verde; Péricles Pinheiro, diretor de Desenvolvimento de Negócios da CHP Brasil; e Luciane Canha, doutora em Engenharia Elétrica, professora titular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e pesquisadora no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Igor Urasaki falou sobre “Comercialização de Energia”, trazendo cases da Gás Verde, a maior produtora de biometano da América Latina. Ele demonstrou o potencial do biogás para energia renovável e seus benefícios.

“Uma das maiores vantagens é que a geração está sempre perto da carga, então são menos investimentos na linha de produção e os impactos que ela causa. Além disso, o biogás não é intermitente e é renovável, um dos maiores exemplos para economia circular, onde o resíduo volta para a cadeia produtiva como fonte de energia”, explicou Igor.

O palestrante ainda mostrou as plantas do grupo, que possui 10 térmicas que geram energia elétrica e biogás para o mercado livre e geração distribuída. Apresentou um case da Gás Verde – a Eva e Fazenda Mano Julio – que, com 47 biodigestores, usa dejetos de suínos para produção de energia. “Além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), trouxe uma economia gigantesca para a empresa”, disse.

Biogás como solução

Já para o empresário e diretor de Desenvolvimento de Negócios da CHP Brasil, Péricles Pinheiro, o cenário energético brasileiro é preocupante, e o biogás pode ser a solução. Na sua palestra “Centrais Virtuais de Energia”, demonstrou como as mudanças ocorridas no setor elétrico brasileiro na última década são muito significativas e sem precedentes.

“Estamos em iminente crise hídrica, volatilidade de preço e muitos outros cenários críticos. E a missão do biogás tem capacidade de ser parte da solução dessa crise. É como temos que nos posicionar como setor”, afirmou Pinheiro.

O empresário mostrou a evolução do consumo de energia elétrica nos últimos 10 anos, os picos de demandas energéticas no país e, com isso, a dificuldade em operar o sistema elétrico, gerando um risco sistêmico. “E nós temos que atender a carga. Esses são desafios da operação em tempo real, e o biogás pode ser um atenuador desses problemas”, concluiu.

Redes locais

A doutora em Engenharia Elétrica e professora da UFSM, Luciane Canha, palestrou sobre o tema “Recursos Energéticos Distribuídos”, ampliando o uso do biogás como um vetor da transição energética. Ao apresentar exemplos de microrredes, usinas virtuais, comunidades energéticas e coalizões, Luciane mostrou uma abordagem descentralizada para a geração de energia, onde múltiplas fontes energéticas – solar, eólica, hidrelétrica e biogás – são utilizadas localmente para suprir as necessidades energéticas de instalações específicas.

“A transição energética não está relacionada ao tempo, mas ao que vamos fazer para a mudança da nossa matriz para uma de baixo carbono acontecer, visando minimizar o impacto ambiental da indústria energética”, conceituou a professora.

De acordo com a pesquisadora, o biogás se encaixa bem nesse modelo de recursos energéticos distribuídos, pois pode ser produzido localmente a partir de resíduos orgânicos disponíveis na região, reduzindo a dependência de fontes de energia centralizadas e contribuindo para a sustentabilidade ambiental. “Produção a partir de dejetos, de biomassa, de geração conjunta com hidráulica e fotovoltaica, e o uso estratégico do biogás com essas baterias pode nos ajudar a chegar a esses sistemas competitivos, que não vão atender apenas um determinado grupo da sociedade, mas promover o desenvolvimento como um todo, atingindo objetivos ambientais e econômicos”, concluiu.

 

   

Ao final do painel, foram apresentados cases de sucesso das empresas Ecotec Brasil,
com Travis Tooley, e ABetter Way, com Guilherme Galhardo.

O 6º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano é realizado por instituições dos três estados do Sul do país: Embrapa Suínos e Aves (SC), Centro Internacional de Energias Renováveis – CIBiogás (PR) e Universidade de Caxias do Sul (UCS), e organizado pela Sociedade Brasileira de Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindustrial (Sbera).

Patrocínio MASTER: Grupo Cetric, Itaipu Binacional e SCGÁS

Patrocínio OURO: Compagas, Ecogen, Galileo Technologies, MDC, (re)energisa, Retzem, Sanepar e UBE.